As discussões sobre o uso de produções fílmicas, como peças para aplicação didático/ pedagógico, em sala de aula remetem, no Brasil, a uma preocupação da primeira metade do século XIX, mais precisamente com as discussões do professor Jonathas Serrano em 1935 e a publicação, nesta data, de um capítulo sobre o tema na obra Como se Ensina História, da editora melhoramento, São Paulo.

            Estas discussões não avançariam o tempo sem que outras inquietações fossem demonstradas, no curso de desenvolvimento sócio/cultural da sociedade e educação brasileira, sobretudo em razão da propagação do cinema de forma global e do impacto descomunal desta arte no imaginário coletivo.

            Atentos a esse impacto, não demorou para que os recursos fílmicos fossem apropriados e utilizado de forma (a)diversa, considerando os fins mais antagônicos da (des)educação, vislumbrando até mesmo suportes para consagração de regimes antidemocráticos, como fora demonstrado nas narrativas construídas por Leni Riefenstahl sob encomenda do nacional-socialismo na Alemanha (RODRIGUES, 2014, p.318.).

            Nesse ínterim, os espaços de sala de aula não ficariam desatentos a relevância do cinema como elemento de exploração didático/pedagógico, bem como o potencial de sua substância para o aperfeiçoamento dos mecanismos de ensino às crianças e jovens, até então experimentados no espaço escolar,  nas décadas de 1920 e 1930.

            É certo, portanto, que a exploração do conteúdo fílmico como recurso para ensino não constitui, no presente, novidade, embora sejamos testemunhas da diversificação de seu uso, deixando esse de ser entendido como um elemento de simples ilustração para constituição de uma fonte capaz de servir à problematização mais aguda dos conteúdos escolares.

            Fato objetivo, porém, é a constatação contemporânea da sub-exploração dessa ferramenta pedagógica no ambiente escolar, ainda que a utilização de peças fílmicas constitua-se parte da rotina educativa.

            No entanto, o que observamos é que o professor ao considerar a construção cinematográfica como suporte pedagógico não consegue explorar os elementos essenciais ao recurso, por isso, quado muito, se atém a obra audiovisual como objeto de ilustração ou para relação de conteúdos. Tal conduta deixa de vislumbrar aspectos mais profundos para análise, ao desconsiderar o cinema como uma fonte/documento de pesquisa, bem como o conjunto subjetivo da produção.

            Essa evidência demonstra a necessidade de aperfeiçoamento da análise fílmica, principalmente para o amadurecimento do trabalho do professor na relação com essa ferramenta. Essa pretensão deu luz a necessidade de organização de capacitação dos professores da rede básica de educação e de Instituições de Ensino Superio bem como de alunos dos cursos de licenciatura do Centro Universitário Integrado e Unespar.

Objetivo geral: Aperfeiçoar as estratégias para análise fílmica com vislumbre às possibilidades de aplicação em sala de aula

Objetivos específicos

- Organizar grupo de estudo para discussão da análise fílmica em seus elementos internos e externos.

- Perscrutar a literatura sobre o tema e as experiências institucionais, a fim de subsidiar técnica para aprofundar a capacidade de análise